Ajudar-nos-á a compreender o grande fenômeno da criação, observar o que se passa em nossa mente, quando ela desenvolve semelhantes impulsos com sua manifestação, imprimindo-os no mundo exterior, pois que ela não é mais do que um momento da substância pensante do Todo, que se isolou em um sistema menor, em um “eu sou” subordinado, ao máximo ‘‘eu sou” – Deus.
Antes de agir todos pensam na ação a executar e este é o primeiro momento, o da construção do esquema diretor, pelo qual se imprimem às formas novos estados cinéticos.
Cada forma do ser se reduz a um estado cinético diferente.
Deus criou, pois, pela transformação da substância prima pensante, o espírito (α) em energia, (β), que representa á fase cinética da ação que expressamos pelos verbos, a fase de querer e pôr-se em movimento para depois chegar, enfim, à terceira fase do processo, a de matéria, (γ), a forma, a criação, obra completada.
Neste sentido, podemos dizer que o criado contém e exprime o pensamento de Deus, como podemos dizer que toda obra humana contém e exprime o pensamento do homem que a realizou.
Assim Deus, através do dinamismo β , por Ele mesmo desenvolvido, pôde retirar da fase conceito (α), a terceira fase conclusiva do processo, a forma na matéria,(γ). Nesta o livre estado cinético da fase energia, concentrou-se nas trajetórias fechadas dos seus átomos constitutivos, podendo assim o primeiro pensamento encontrar a sua expressão.
Semelhantemente age o homem quando, por uma ação menos interior, mais de superfície e secundária, modela as coisas apenas na sua estrutura exterior e não na sua íntima substância constitutiva. Medeia naturalmente imensa distância, mas o tipo do esquema criador é o mesmo.
Para operar de qualquer maneira, o homem, uma vez concebido o plano, põe-se em condições de executá-lo, dinamiza-o na ação, passando assim de alfa, o estado espiritual da concepção, para β , o estado cinético criador.
Deste deriva, finalmente, a última fase do processo, o ato completo, resultante dos dois primeiros momentos, a obra concreta que, na forma, exprime a ideia originária.
O nosso universo, a criação, representa esta terceira fase.
De tudo isto ele conserva traços, sendo guiado pelo pensamento, movido pela energia, constituído pela matéria. E assim também se dá com o nosso próprio organismo, feito de espírito (funções diretivas), depois de um metabolismo e movimento (dinamismo da vida) e, afinal, de um organismo físico (baseado na matéria). E assim como o universo se desenvolveu da sua causa primeira – Deus – assim também o feto, o corpo e todo o homem, desenvolveram-se da causa primeira, motor primeiro de tudo – o espírito.
Livro: Deus e Universo
http://www.ebookespirita.org/PietroUbaldi/DeuseUniverso.pdf
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